sexta-feira, 23 de março de 2012

UM CONTO DE FADA NO COSMOS

A BELA ADORMECIDA (Versão dos irmãos Grimm)

      Tomo hoje a liberdade para fazer aqui uma leitura simplificada deste conto conhecido, fazendo uma analogia astrológica, com nuances da Psicologia Analítica.
        Quaisquer críticas e ajustes serão bem-vindos.


        É bom antes ressaltar que a palavra fada vem de fado, portanto, significa destino.

        Um Rei e uma Rainha (realização da união dos opostos masculino/feminino) desejavam ardentemente ter um filho (a pedra filosofal) conclusão do processo de individuação. Ao conseguirem ter uma filha, resolvem dar uma festa no reino (o mapa astral), no dia do batismo da criança, ritual de purificação que ajuda na integração da personalidade (representa a leitura do mapa na busca do autoconhecimento).

        Existiam treze fadas no reino, mas eles só convidaram doze delas (os doze signos), porque só existiam doze pratos de ouro (as doze casas astrais) para servi-las. Cada uma das doze fadas chamadas, doaram à criança, como presente, qualidades especiais e bons auspícios... beleza, inteligência, bondade, honestidade, amor, sucesso, felicidade... preenchendo com isso as doze casas de seu mapa. Mas, segundo esse conto, a décima - terceira fada (o lado sombrio da princesa), ofendida por ter sido ignorada, interrompeu a festa e, por vingança, lançou uma maldição contra a criança, dizendo que esta, aos 15 anos de idade, furaria um dedo numa roca e morreria. Como faltava ainda o presente da 12ª fada, esta amenizou o vaticínio da outra, e nesse caso a princesa cairia num sono profundo por cem anos, juntamente com todos do reino. Só poderia ser despertada por um beijo proveniente de um amor verdadeiro (aceitação e união das dualidades).

        Diante desse vaticínio, os pais da menina, querendo proteger a filha da má sorte, proibiram qualquer tipo de roca no reino e todas as pessoas  do reino a vigiaram o tempo todo (essas pessoas representam os planetas, nossas forças que nos apóiam, por um lado e, por outro lado, os complexos que nos deixam fragilizados pelo medo de enfrentar o mundo). No entanto, na época citada, a fada má, aproveitando-se da ingenuidade da princesa (falta de conhecimento de si mesma, e portanto, do perigo), consegue fazê-la usar o objeto proibido e cumprir a maldição, adormecendo profundamente, assim como todos do reino. 

        Com o passar do tempo cresceu ao redor do castelo uma densa  floresta de urzes (a sombra do reino), uma planta cheia de espinhos, isolando-o do mundo exterior. O espinho da planta era fatal e muitos príncipes morreram em busca da princesa. Passados os cem anos, um príncipe mais corajoso enfrentou os perigos da floresta e conseguiu chegar até a princesa, acordando-a com um beijo de amor. E todo o reino despertou!

        Isto é o que costuma acontecer conosco, nosso ego nos cega e nos controla, funciona como o casal real, querendo negar a nossa sombra, impedindo que vivamos com plenitude nosso caminho terrestre, sem nos conscientizarmos dos perigos que nos rondam, mais em nosso interior do que lá fora. A sombra negligenciada, costuma se vingar, por isso precisamos ser amigos dela. O príncipe representa o despertar da nossa consciência quando, enfim, conhecemos melhor nosso lado sombrio, nos reconciliamos com ele e aprendemos a usar bem todos os nossos talentos e as melhores qualidades que nos foram generosamente doadas. Ele, o príncipe, faz o caminho do herói, luta e se arrisca para encontrar a Pedra Filosofal , realiza a conjunção com ela, atinge o equilíbrio perfeito e salva o Reino. 
         Os signos e planetas funcionam como planos de energia cósmica, representam forças poderosas que atuam em campos opostos em nosso interior. Como tudo no nosso mundo, eles são feitos de polaridades (dia/noite, claro/escuro, bem/mal).
        Portanto, conseguimos evoluir quando descobrimos como usar equilibradamente essas energias, integrar as dualidades e conciliar todos os paradoxos da existência.

        O final da história mostra que a salvação para um destino cruel encontra-se num ato de coragem e amor. Amor, o maior e mais forte elo de união em nossas vidas.

        Pelo menos, devemos tentar...

        E nem sempre dá para esperarmos 100 anos!!!


Rosa Carmen 

2 comentários:

  1. Que lindo!!!
    Obrigada por nos presentear com belas leituras.

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  2. RosaCarmen obrigada!
    Linda interpretação e toque consciencial para todos nós!
    Não deveríamos esperar nem 1 dia, que dirá 100 anos! MAs a vida é feita de tentativas erradas e acertadas, um dia conseguiremos, tenho certeza!
    Bjos no coração,
    Cecilia

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