terça-feira, 6 de março de 2012

TEMPUS FUGIT


Que tempo é esse que me faz sentir
Que muita vida passou, que conto em dias?
Que guarda imagens, sons, 
Aromas, sentimentos,
Saudades, desencantos, nostalgias?

Ele não volta, só nos deixa as lembranças
Que ferem a alma ou trazem alegrias.
Tempo que ilude e confunde meus sentidos,
Tempo que muda o que eu era e não sabia.

E agora, o que sou? Dúvida atroz!
A cada instante me sinto diferente
Por tantas curvas e por tantos nós 

Volteia a tua dança, tempo inclemente!
Entre o que foi, o que é, e o que será
Sobram pequenos pedaços de esperança

Tempo matreiro, quem controla tua hora?
É louvada e marcada pelos deuses?
Fica guardada em compasso de espera
Em outros mundos, talvez, entre as estrelas   
Até o dia fatal em muitas Eras?

Não há respostas pra tantos quesitos
O tempo existe? O tempo passa?
Enquanto foges, ó tempo,
Nós  passamos...
Perdidos na eternidade e no infinito
Em fugazes momentos te encontramos.

E tua pressa, ó Kronos, 
Companheiro arisco,
Não controlamos.
Nem nos é dado o poder e o risco
De ser por nós mesmos escolhida
A hora da chegada e a da partida,
Mas é certo que antes de ir embora,
Entre uma e outra, o que nos resta é a vida
E podemos escolher o nosso agora.

Rosa Carmen




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