sexta-feira, 27 de março de 2015

O TEMPO

Refazendo e repaginando um texto antigo sobre o Tempo que já coloquei aqui em outra época.



TEMPUS FUGIT  
  
Que tempo é esse que nos faz sentir
Que muita vida passou, contado em dias?
Que guarda imagens, sons, 
Aromas, sentimentos,
Saudades, desencantos, nostalgias?
Tempo que ilude e confunde os sentidos,
Tempo que tudo muda por magia.

Por tantas curvas e por tantos nós, 
Tempo inclemente, volteia a tua dança
Entre o que foi, o que é, e o que será
Sobram pequenos pedaços na lembrança

Será que o tempo existe?
Há quem diga que é um Mito
Fugidio e traiçoeiro...
Mesmo assim eu acredito
Que o tempo está passando...
E é nosso companheiro.
Como um relógio maldito
Enquanto corre ligeiro
Atrás dele nós passamos
Acertando seus ponteiros
A caminho do infinito...

E se perdermos o norte
Arrastados pelo vento
Numa louca tempestade
Talvez num fugaz momento
Nos encontremos, por sorte
Na porta da eternidade...
  
Tempo matreiro não dizes
Quem controla nossa hora...


O momento final que nos espera.
Se é escolhida e marcada pelos deuses
Ou guardada, talvez entre as estrelas
Até o dia fatal, em cada Era...

Mas teus mistérios, ó Kronos, 
Companheiro arisco, não descobrimos

Nem nos é dado o poder e o risco
De, por nós mesmos, 
ser escolhida
A hora da chegada e a da partida...
Mas é certo que antes de ir embora,
Entre uma e outra o que nos resta é a vida...
E podemos escolher o nosso agora.

Rosa Carmen