terça-feira, 20 de março de 2012

ASTROLOGIA, AUTOCONHECIMENTO E EVOLUÇÃO


Em homenagem ao Equinócio do Outono

 “Tudo o que nasce ou é feito neste momento, possui as qualidades deste momento. Nós nascemos em dado momento, num lugar determinado e temos,  como os vinhos famosos, as qualidades do ano da colheita e da estação que nos viu nascer. Nada mais que isso pretende a Astrologia.” (Carl Gustav Jung)
A Astrologia é um estudo sobre os signos do Zodíaco, os corpos celestes e a relação deles com o Homem, no qual analisamos e avaliamos todo o sentido e o potencial da natureza humana. Colocamos neles (astros e signos) todas as “virtudes” e “defeitos”, crenças e valores, dores e alegrias que encontramos em nós mesmos e, alem disso, cremos que possuem condições de influenciarem nossas vidas. A Astrologia  simplesmente fala de nós, de tudo o que somos e vivemos a cada dia, sem máscaras, e de todos os sentimentos e emoções que povoam nosso íntimo. Descreve a vida do ser humano por inteiro.
Quando descrevemos os signos, os planetas, as representações astrológicas, estamos o tempo todo nos referindo a símbolos  que representam os arquétipos de nossas vidas (nascimento, morte, pai, mãe, casamento, filhos...etc.). A Astrologia foi  nascendo com o surgimento da consciência humana, desde que o homem começou a perceber o que acontecia em seu entorno e a olhar com mais atenção para o firmamento. Assim como os mitos e as religiões, surgiu da necessidade do ser humano de trazer para fora seu mundo interno, extremamente denso, muitas vezes confuso, assustador e de difícil compreensão, mas de uma riqueza imensa, onde coexistem a escuridão e a luz. Portanto, a Astrologia é um sistema simbólico, com base nas mitologias criadas por cada povo do nosso planeta e que busca analisar a influência que as energias emanadas pelos corpos celestes podem exercer sobre a Terra e os indivíduos de todas as espécies.
O principal é percebermos que essas “energias” estão dentro de nós e os planetas e signos são  apenas “representações” delas, não é por acaso que foram dados nomes de “deuses” da mitologia para os astros. Para os homens das épocas mais antigas, os deuses possuíam qualidades humanas.
C. G. Jung disse, sobre o ponto de vista psicológico: “A Astrologia é uma experiência primordial como a Alquimia, a humanidade descobria as dominantes do inconsciente, os “deuses”, bem como as estranhas qualidades psicológicas do Zodíaco – uma teoria completa e projetada do caráter”. (Psicologia e Alquimia;pr.346).
Apesar de vir se desenvolvendo há milhares de anos através de estudos e pesquisas realizados por pessoas muito sérias, a Astrologia não é aceita por muita gente que ainda duvida de sua eficácia. No entanto ela representou o princípio dos estudos astronômicos. Até há poucos séculos atrás  confundia-se com a Astronomia, muitos astrônomos  eram astrólogos. Mas, com o desenvolvimento da ciência e o excesso e domínio do racionalismo, foi se afastando dos outros ramos do conhecimento e passou a ser considerada, pelos cientistas, um conhecimento “menor”,  superstição, coisa de magos, bruxos, feiticeiros.
Desde seu início a astrologia tem sido vista, principalmente, como fazendo parte das artes divinatórias, como uma Mancia (do grego Manteia) que significa adivinhação. Prever é muito difícil, pois são várias as possibilidades e muitas dependem de nossas ações. Esse conhecimento milenar possui um sentido bem mais amplo e não deve ser visto como uma forma de predição do futuro, porém como um recurso a mais da  busca de uma maior compreensão da nossa natureza real e mais profunda. Dessa forma, sem dúvida, poderá nos ajudar, dando-nos a indicação dos recursos que possuímos para enfrentarmos, com entendimento e confiança, as dificuldades que se apresentam em nossas vidas, como também para aproveitarmos melhor as facilidades que nem sempre percebemos. Pode ser um caminho a mais de descobertas e libertação de sofrimentos inúteis.
É claro que não temos condições de vivermos nem de realizamos todos os aspectos contidos em nosso mapa, por isso, ao interpretar um mapa astral, deve-se dizer sempre “pode ser”, mas é bom sabermos que possuímos todas as potencialidades que o mapa indica, todas elas estão ao nosso dispor, conhecendo-as podemos tentar realizar mudanças através de boas e positivas transformações. Não quer dizer que seja fácil, mas é um caminho a mais, além de outros possíveis. Caminhar por essas vias também precisa, como por outras, da nossa plena vontade, muita sinceridade conosco mesmos e muita coragem para enfrentarmos nossas sombras (que têm de tudo, inclusive um lado criativo e bonito).
Conseguirmos concretizar essas possibilidades nos remete à frase de Dante Alighieri: “Ao colocar-se em harmonia com o Cosmos, o sábio é o Senhor do seu destino”  
E esse ganho não vale só para o autoconhecimento. Através da leitura dos mapas temos a oportunidade de entendermos as outras pessoas e aceitá-las melhor, evitando julgamentos e preconceitos. Quando vemos a diversidade entre os signos, compreendemos as diferenças entre nós com mais facilidade, e sentimos que não podemos exigir que todas as pessoas pensem, entendam, percebam, sintam, ajam e reajam da mesmo modo. Como escolhermos e definirmos qual é a melhor forma de ser para todos?  Naturalmente, não estamos aqui nos referindo ao caráter, à  moral e aos valores éticos necessários ao bom funcionamento de uma sociedade, falamos de temperamentos, de maneiras de ser.
Todos os mapas possuem todos os signos e todos os planetas, retratando a natureza humana. Diante disso, temos condições de fazer da nossa jornada a melhor possível, se assim quisermos. Entretanto, algumas pessoas, sem dúvida, se mostram mais aptas e conseguem mais do que outras. A única explicação seria o desenvolvimento espiritual que cada um já traz ao nascer, e sobre esse assunto os astros não indicam nem explicam, podemos apenas imaginar e acreditar que já chegamos com algum preparo, que não nascemos, como disse Aristóteles, qual uma "Tabula rasa". Tudo isso faz parte dos mistérios que circundam a existência do Universo. Para muitos, essa conclusão pode parecer irracional, mas, não esqueçamos que todo cientista inicia suas buscas acreditando na existência do desconhecido, daquilo que parecia impossível. Portanto, diante do milagre que representa a Vida (até hoje, racionalmente inexplicável), podemos  afirmar “Credum quia absurdum.” (“Creio porque absurdo”,  frase de Tertuliano, nascido em Cartago, 160-220 DC).
Acreditando que tudo o que existe constitui uma unidade e que todas as energias estão ligadas e interagindo entre si, não há como negar as influências, não só dos astros, mas de tudo sobre tudo em nosso Universo. Além dessa visão, que está de acordo com os princípios da física moderna, é possível constatarmos que a humanidade tem condições de evoluir muito além da matéria física. Percebermos o valor e a necessidade desse movimento evolutivo, que diz respeito ao nosso espírito, e desejarmos ampliá-lo, é trabalharmos pelo que há de mais precioso em nossa natureza.Todos os esforços serão pouco para ajudarmos nesse processo, um deles é procurarmos conhecer melhor a nós mesmos e entendermos melhor o nosso próximo. Na busca desse objetivo, a Astrologia será sempre um instrumento valioso.

Boa Sorte para todos!

Rosa Carmen

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