quarta-feira, 4 de abril de 2012

ESPERANDO A UNIÃO


DOCE MALDADE

Quando maus sentimentos
Se eternizam,
Tornam-se feras
Contidas em nossa alma.
O tempo, esse farsante,
Nos engana,
Sozinho não detém
Essa energia,
Não controla,
Quem nos dera!
Nem acalma.
Um dia ela emerge
Mansamente,
Desabrocha em amarga flor,
Doce maldade,
Lança venenos ao vento,
Suavemente
Espalha seus espinhos
Sem piedade...

Infiltra-se pelos cantos,
Sorrateira e alheia
Ignora o sofrimento
Que semeia.
Rouba alegrias,
Subtrai afetos,
Destrói momentos
De felicidade
Qual nuvem escura
Cobre a luz da vida
Será loucura?
Mágoa contida?

O véu da ilusão
Se desvanece
O espírito chora 
A beleza perdida...
E implora ao coração
A volta  do amor
Que fenece.
          
Como lidar com
O lado sombrio
Que vive em nós
Trazendo sofrimento?
Irmão da luz
Que nos habita
É dela inimigo.
Dois dividindo
A mesma natureza
Nos dando acolhimento
Ou desabrigo...

Partes do nosso ser
E desunidos
Seguindo juntos
Em eterno desafio
Um nos congela
E abate o espírito
O outro aquece
O coração do frio. 

No meio dessa
luta inglória,
Sem vencedor
Nossa alma imortal
Busca a vitória
 Do amor
E não desiste.
A cada  riso
A cada dor
Ao mal resiste.
Traz em si a magia
Do início, que nos unia
E o tempo não desfaz.
Quando dois era um
Naqueles dias
Somava, não dividia
Cantava a canção da paz

Tocado pela lembrança
O coração bate alerta             
A Luz na Sombra se faz
Surge a esperança
O amor desperta.

Essa é a história
Do nosso ninho
Enquanto a vida
Constrói caminhos
O ser humano        
Bravamente passa       
Vence procelas
Afasta espinhos
Alegre ou triste
A fé abraça
E espera
Que a Sagrada União
Da Bela e a Fera
Em nós se faça!


Rosa Carmen

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