Tomo
hoje a liberdade para fazer aqui uma leitura simplificada deste conto
conhecido, fazendo uma analogia astrológica, com nuances da Psicologia
Analítica.
Quaisquer críticas
e ajustes serão bem-vindos.
É
bom antes ressaltar que a palavra fada vem de fado, portanto, significa destino.
Um Rei e uma Rainha (realização da
união dos opostos masculino/feminino) desejavam ardentemente ter um filho (a pedra filosofal) conclusão do processo
de individuação. Ao conseguirem ter uma filha, resolvem dar uma festa no reino (o mapa astral), no dia do batismo da criança, ritual
de purificação que ajuda na integração da personalidade (representa a leitura do
mapa na busca do autoconhecimento).
Existiam treze
fadas no reino, mas eles só convidaram doze delas (os doze
signos), porque só existiam doze pratos de ouro (as doze casas astrais) para servi-las. Cada
uma das doze fadas chamadas, doaram à criança, como presente, qualidades
especiais e bons auspícios... beleza, inteligência, bondade, honestidade, amor,
sucesso, felicidade... preenchendo com isso as doze casas de seu mapa. Mas,
segundo esse conto, a décima - terceira fada (o lado sombrio da princesa), ofendida por ter sido
ignorada, interrompeu a festa e, por vingança, lançou uma maldição contra a
criança, dizendo que esta, aos 15 anos de idade, furaria um dedo numa roca e
morreria. Como faltava ainda o presente da 12ª fada, esta amenizou o vaticínio
da outra, e nesse caso a princesa cairia num sono profundo por cem anos,
juntamente com todos do reino. Só poderia ser despertada por um beijo
proveniente de um amor verdadeiro (aceitação e união das dualidades).
Diante desse
vaticínio, os pais da menina, querendo proteger a filha da má
sorte, proibiram qualquer tipo de roca no reino e todas as
pessoas do reino a vigiaram o tempo todo (essas pessoas representam
os planetas, nossas forças que nos apóiam, por um lado e, por outro lado, os
complexos que nos deixam fragilizados pelo medo de enfrentar o mundo). No entanto, na época
citada, a fada má, aproveitando-se da ingenuidade da princesa
(falta de conhecimento de si mesma, e portanto, do perigo), consegue fazê-la usar
o objeto proibido e cumprir a maldição, adormecendo profundamente, assim como
todos do reino.
Com o passar do
tempo cresceu ao redor do castelo uma densa floresta de urzes (a
sombra do reino), uma planta cheia de espinhos, isolando-o do mundo exterior. O
espinho da planta era fatal e muitos príncipes morreram em busca da princesa.
Passados os cem anos, um príncipe mais corajoso enfrentou os perigos da
floresta e conseguiu chegar até a princesa, acordando-a
com um beijo de amor. E todo o reino despertou!
Isto é o que
costuma acontecer conosco, nosso ego nos cega e nos controla, funciona como o
casal real, querendo negar a nossa sombra, impedindo que vivamos com plenitude
nosso caminho terrestre, sem nos conscientizarmos dos perigos que nos rondam,
mais em nosso interior do que lá fora. A sombra negligenciada, costuma se
vingar, por isso precisamos ser amigos dela. O príncipe representa o
despertar da nossa consciência quando, enfim, conhecemos melhor nosso lado
sombrio, nos reconciliamos com ele e aprendemos a usar bem todos os
nossos talentos e as melhores qualidades que nos foram generosamente
doadas. Ele, o príncipe, faz o caminho do herói, luta e se arrisca para
encontrar a Pedra Filosofal , realiza a conjunção com ela, atinge o equilíbrio perfeito
e salva o Reino.
Os signos e planetas funcionam
como planos de energia cósmica, representam forças poderosas que atuam em
campos opostos em nosso interior. Como tudo no nosso mundo, eles são feitos de
polaridades (dia/noite, claro/escuro, bem/mal).
Portanto,
conseguimos evoluir quando descobrimos como usar equilibradamente essas
energias, integrar as dualidades e conciliar todos os paradoxos da existência.
O final da história
mostra que a salvação para um destino cruel encontra-se num ato de coragem e
amor. Amor, o maior e mais forte elo de união em nossas vidas.
Pelo menos,
devemos tentar...
E nem sempre dá para esperarmos 100 anos!!!
Rosa Carmen
Que lindo!!!
ResponderExcluirObrigada por nos presentear com belas leituras.
RosaCarmen obrigada!
ResponderExcluirLinda interpretação e toque consciencial para todos nós!
Não deveríamos esperar nem 1 dia, que dirá 100 anos! MAs a vida é feita de tentativas erradas e acertadas, um dia conseguiremos, tenho certeza!
Bjos no coração,
Cecilia