Em homenagem ao Dia Mundial do Teatro!
Só
pensamos no destino
e
sentimos seu pesar,
quando,
sem ser convidado,
ele
bate à nossa porta,
de
uma forma atrevida,
sem
sequer pedir licença,
na
hora em que quer entrar
no
palco da nossa vida.
Deita
e rola no tapete
Que
enfeita o chão de madeira,
Rindo
dessa base falsa,
Só
de pura brincadeira.
No
sofá acolchoado
Senta
como um rei no trono
E busca com olhar velado
Um
sinal de alegria
Da
nossa felicidade
Da
qual já se sente dono.
Sobe
na mesa do canto
Que
apóia os nossos sonhos
E derruba o abajur
Que
nos traz a claridade,
Escurecendo
as paredes
Dos
quadros onde pintamos
Projetos,
anseios, afetos
Encontros
e amizades.
Na
lareira crepitante,
Cheia
de fogo e energia,
O coração e o centro,
De
amor, encanto e magia,
Ele
chega e sem piedade,
Joga
um balde de água fria.
Ao
passar perto da escada
Que leva preces aos céus,
Bate
no jarro de flores
Onde
plantamos os amores,
Cultivamos ilusões
Que
se desfazem ao léu.
Fecha
e prende a cortina
Que
cobre o vão da janela,
De
onde se avista o futuro
E a fortuna se revela
E deixa tudo no escuro
Nos
tirando a visão dela.
E
ao sair de mansinho,
Para
não incomodar,
Nos
faz um leve carinho,
Como
se fora um carrasco,
Que
se fazendo de amigo,
Trouxe
tristeza e castigo.
Nesse
instante percebemos
Que
existe um destino
Amigo
ou não, ele chega
Com
seu jeito disfarçado
E
num louco desatino
Muda
tudo ao nosso lado
É
como um deus implacável,
Que
nos pune e não perdoa
Desarruma
nossa casa,
Queima
nossas fantasias
E
nos deixa assim a toa,
Diante
do seu poder.
Mas,
se esse mesmo destino,
De
ouro e flor adornado
Chegar
como um Deus Menino,
Trazendo
como legado
A
esperança que a vida
Não
depende desse fado
Não
veremos nossa história
Com
desânimo e temor,
Mas
numa nova visão
De
confiança e coragem
Que
o trabalho a cumprir
Com
amor no coração,
Nos torna os construtores
Os
donos da nova imagem
Que
ao invés de nos ferir
Traz
a nossa salvação.
Rosa
Carmen
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