O SIGNO DE PEIXES
O Sol se encontra
no signo de Peixes desde o dia 19 de Fevereiro passado. Peixes é o terceiro e último
signo do elemento água (os outros são Câncer e Escorpião), e rege a décima
segunda casa, a última da mandala zodiacal. A casa 12 é o local do nosso eu
mais oculto, do silêncio total, das profundezas do mar, dos segredos que
mantemos escondidos no fundo da alma.
Regido por Netuno e
tendo Júpiter como co-regente, o Peixes representa o último estágio da nossa
aprendizagem na Terra, ligando o espírito à matéria. Isto nos mostra a
importância de olharmos e tentarmos entender a nossa evolução nesta vida
através da Astrologia. O caminho que percorremos entre o Áries
(primeiro signo do Zodíaco) e o Peixes (o último), nos leva por uma via circular,
numa Mandala em que o início e o fim se encontram, num movimento que não deve
ser fechado, mas espiralado e atemporal. Para quem acredita que reencarnamos,
ao alcançarmos o ultimo signo do Zodíaco, poderíamos estar em nossa última reencarnação. Sendo assim,
as pessoas regidas por esse signo deveriam estar no ultimo ciclo da evolução humana, já em condições
de unir os opostos que representam o Bem e o Mal nesta vida. Mas a maioria dos humanos parece
encontrar-se longe disso
e vamos vivendo no meio termo, atingindo, por enquanto, muito mais os extremos
inferiores do que os mais elevados.
Quando mais
evoluídos, ao usarmos a energia pisciana do nosso mapa, temos condições de
vivenciar as melhores virtudes e alcançar um grande progresso espiritual. No
entanto, quando menos evoluídos, podemos nos sentir completamente confusos,
volteando em círculos em busca de uma saída nunca encontrada.
Tudo isso vale para
quem tem Sol em Peixes, mas também para quem tem o Ascendente e, em menor grau,
a Lua, Mercúrio, Venus e Marte nesse signo, ou tendo, na casa 12, Netuno e
esses planetas pessoais, da mesma forma, ter Netuno
Como cada mapa
possui as 12 casas e os 12 signos, cada um de nós pode, independente de sua
data de nascimento, observar sua própria jornada e evolução nessa vida e buscar
a melhor forma de enfrentar esse desafio, sabendo que sempre teremos mais uma
chance.
Essa idéia é muito bem descrita em versos do
poeta T. S. Eliot:
“E o final
de toda nossa busca será chegar aonde nós começamos e ver o lugar como se fosse
a primeira vez”.
Apreciação de um(a)
pisciano(a) sobre si mesmo:
Sou filho de
Netuno, como os seres das águas mais profundas, da morada do silêncio. Não é
por acaso que, muitas vezes, me fecho e me guardo, me resguardando dos ruídos
do mundo exterior. Nesses instantes, desejo demais estar apenas comigo mesmo,
mergulhar em outras dimensões do ser. Minha percepção do mundo é
extraordinária, extremamente sensível a tudo o que se passa ao meu redor,
preocupo-me realmente com o próximo, sinto-me solidário com a dor do outro,
identifico-me com o infortúnio de uma coletividade e consigo compartilhar do
sofrimento dos que me cercam. Essa empatia com o outro me traz uma capacidade
imensa de entender o que ele sente, provocando em mim sofrimento e compaixão e
me envolvendo numa onda de sentimentos intensos de desejo de ajudar, de
resolver, de afastar os males e as dificuldades que existem em nosso planeta.
Nesses momentos não
faço nenhum julgamento, vejo-me igual a todos. Procuro agir com humildade,
amabilidade e delicadeza. Busco amar de forma incondicional e perdoar
facilmente. Aceito fazer sacrifícios, ajudando e defendendo pessoas ou causas.
Funciono qual uma
antena parabólica, que tudo absorve. Muito intuitivo e místico, costumo ser um
visionário, um sonhador, acredito que podemos, através da fé e da devoção a uma
força espiritual maior, transformar vidas e mover montanhas. Posso me tornar um
missionário, pois consigo me desapegar de tudo e me dedicar a qualquer trabalho
voluntário, servir ao próximo torna-se para mim tão importante como o é para
meu oposto Virgem. Sinto-me atraído pela área da saúde, creio que seria um bom
terapeuta e curador. Possuo poderes mediúnicos e facilmente consigo desligar as
amarras da mente e entrar em contato com outras dimensões. E como é bom sonhar,
imaginar, transcender a matéria! Não que eu renegue a matéria, sei apreciar os
encantos da criação divina na terra, mas minha imaginação me leva ao
intangível, às visões mais deslumbrantes, me enleva e me ajuda a criar. Meus
talentos são inúmeros e toda espécie de arte me agrada.
O perigo é quando
me deixo levar por muitas fantasias e avalio mal o que se passa, perdendo-me nas
brumas da ilusão e da confusão, ou tendo comportamento ocioso, cheio de manias,
escapista e, nesse caminho, chego ao uso exagerado de bebidas e drogas para
fugir do tédio do cotidiano. Posso criar dependência a toda forma de vícios,
inclusive ter mania de fingir, mentir, enganar e tornar-me desonesto . Fico
muito crítico e hostil como meu signo oposto Virgem. Neste caso, o meu
“silêncio” respeitoso, sábio, receptivo, aberto à divindade e à
iluminação, torna-se negativo, representando dificuldade de comunicação ou fuga
da realidade, ou ainda uma atitude de desprezo, de negação, de indiferença e
desamor.
Muitas vezes confuso,
insensível, egocêntrico (Netuno), ambicioso, arrogante e orgulhoso (Júpiter),
imaginando sempre realizar grandes coisas, acredito ter “ideias brilhantes” que
nunca coloco em prática, e termino me sentindo como um “gênio incompreendido”.
Desiludido e amargo por não realizar meus sonhos, passo a me sentir vítima do
destino ou de pessoas ao meu redor. Nesses casos, melindro-me com qualquer
coisa, torno-me muito susceptível a tudo e a todos, criando mágoas e
ressentimentos. A partir daí, a boa e intensa energia espiritual, que
poderia levar-me à superação do ego, se esvai e desenvolvo um ego fraco,
inseguro e indefinido, impressionável e facilmente influenciável. Os outros podem
me achar enigmático e fechado e, muitas vezes, fico mal humorado.
Já me disseram que
possuo charme e sedução. Um poder magnético (estilo Escorpião), no meu caso, acompanhado
de suavidade no olhar. Não tem a ver com beleza, é algo indefinido que traz
carisma e atrai os outros. Mesmo assim, as vezes, sinto-me um pouco tímido e
carente, gostaria de também ser cuidado ao invés de só cuidar. Possuo tendência
ao romantismo e posso querer e estar sempre em busca de um ideal inalcançável no
amor e em vários setores da vida. Internamente sou um artista... vejo a vida
como uma “Grande Obra de Arte” mesmo que não realize nada externamente. O
cinema, a poesia, a dança e a fotografia me fascinam!
Quando desperto para as coisas do espírito, busco
ardentemente a salvação da minha alma, procuro conhecer todos os caminhos que
possam me levar a Deus, busco os Mestres desta e de outras dimensões e tento
levar outros discípulos para o aprendizado. Nesse caminho posso viver o êxtase,
atingir o Nirvana. Acredito no Homem Universal, na Unidade da Vida, no Amor incondicional,
na Proteção Divina e em Anjo da Guarda!!!!!
Devemos evitar que
o nosso lado pisciano fique perdido, circulando entre esses
extremos: santidade, genialidade e loucura.
Há uma
frase do psiquiatra inglês R. D. Laing que se ajusta bem às polaridades do
Peixes:
“Místicos
e loucos encontram-se no mesmo oceano, porem os místicos nadam, ao passo que os
loucos se afogam.”
Que possamos
aprender a nadar no oceano da Vida... Com as boas energias de
Netuno e Júpiter:
TRANSPARÊNCIA - REFINAMENTO – PURIFICAÇÃO – SUTILEZA
– GENTILEZA – APREÇO – ASSISTÊNCIA – ENCANTAMENTO – DEVOÇÃO-
INTROSPECÇÃO – COMPAIXÃO - ALEGRIA –
SANTIDADE – HUMANITARISMO – JUSTIÇA – BRANDURA – AFETIVIDADE – GENEROSIDADE -
AMOR... COMPREENSÃO – EMPATIA – COMPAIXÃO –
SENSIBILIDADE SUPERIOR - AMOR DEVOCIONAL – PAZ – COMPREENSÃO CURA...
No dia de hoje,
10/03/2013, amanhã (quando teremos Lua Nova), temos no Zodíaco, além do Sol,
mais 5 planetas no signo de Peixes (Lua – Mercúrio – Vênus – Marte e Netuno) e
ainda o Kiron, um dos asteroides mais importantes para a Astrologia.Marte sairá
de Peixes na madrugada do dia 12 e a Lua por volta das 08:00h da manhã desse
mesmo dia.
Diante de tudo o
que já foi dito, o que mais se pode dizer sobre essa tremenda energia que está
nos envolvendo agora e de como podemos usá-la da melhor forma?... Vamos buscar
na poesia, que é algo bem pisciano?
Que cada um saiba encontrar o seu tom...a sua imagem ...o sabor que lhe traga maior paz e harmonia...
Boa Sorte!
Rosa Carmen
-----------------------------------------------
DOIS TEMPOS – UMA VIDA
Amanheceu, desperto...
Abro portas e
janelas
A luz se espalha
Ilumina além dos
objetos...
Clareia as sombras
que acompanharam
meu sono
E moveram os
sonhos,
Embalaram meu ser
Perdido em vales
desconhecidos
Ao encontro de
seres estranhos
Vindos não sei de
onde
Num vai e vem
complexo...
São imagens
escondidas
Nas profundezas da
alma
Quero lembrar as
histórias
Não têm nexo.
Procuro manter a
calma.
Num suspiro de
lamento
Penso se foi
fantasia
O mundo vígil me
chama
Exigindo o
cumprimento
Das obrigações do
dia
Tudo soa sempre
igual
Na longa
monotonia.
A mente voa... o
corpo reclama
Como soltar dos
grilhões
Que me impedem de
sonhar,
Fugir do mundo que
chama?
Incomodam os ruídos
Que chegam por todo
lado
E nos mantém
distraídos
Ao redor, vultos se
movem,
Cores e sons se
entrelaçam
Ainda é sonho?
Não há fatos que
comprovem,
As horas passam...
Marcando um instante
dual...
Dois tempos de vida
incertos
Qual deles é o
real?
Em qual estamos
despertos?
TUDO E NADA TÊM O MESMO SENTIDO,
PORQUE A TOTALIDADE, POR SER
INDEFINIDA,
SE PERDE NO NADA INDISCRIMINADO...
----------------------------------------------------------
Senhor, vem convidar-nos,
estamos prontos a dançar em nossa caminhada
dançar estas contas, este jantar a preparar,
esta vigília em que teremos sono...
Dançar, por teu amor a dança do trabalho,
e a do calor, e depois a do frio.
Se certas árias são em tom menor,
nós não diremos que são tristes,
se outras nos deixam um pouco sem fôlego,
não diremos que são de arrasar.
E se um ou outro nos esbarra, não faremos caso,
sabendo que é assim mesmo quando se dança.
Dá-nos viver nossa vida,
não como um jogo de xadrez, onde tudo é calculado,
não como uma competição onde tudo é difícil,
não como um teorema que nos quebra a cabeça,
mas como uma festa sem fim,
onde nosso encontro se renova,
como um baile, uma dança,
entre os braços da Tua Graça,
na música universal do Teu Amor.
(”Senhor, Convida-nos para dançar” -Madeleine Delbrêl – 1904/1964)